Nesse artigo vamos falar sobre a utilização da biometria facial na área de saúde e porque ela irá substituir a biometria por impressão digital nesse segmento.
Um pouco de história…
Antes de chegarmos à biometria facial, vamos entender os motivos que levaram os planos de saúde a adotarem a identificação biométrica em seus processos.
Um dos principais problemas enfrentados pelas operadoras de saúde é o compartilhamento do benefício (“empréstimo da carteirinha”) entre beneficiários e a utilização abusiva por parte dos prestadores.
Com a maturação da tecnologia de reconhecimento por impressão digital, a redução de custos e uma maior aceitação por parte da população, por volta de 2005 alguns planos de saúde começaram a adotar esse tipo de identificação em seus processos.
Nessa época o reconhecimento facial ainda dava os seus primeiros passos e nenhuma solução possuía níveis de precisão aceitáveis.
Problema resolvido, certo? Não é bem assim…
Embora o reconhecimento por impressão digital tenha ajudado a reduzir o número de fraudes, ele trouxe alguns problemas para as operadoras de saúde:
1 – Custo elevado de equipamento:
Um leitor de impressão digital pode custar mais de R$ 500,00. Para uma operadora de saúde com mais de 1000 pontos de atendimentos, o tamanho do investimento é muito elevado.
2 – Reclamações
Embora a biometria por impressão digital seja universal, fatores externos influenciam sua qualidade. Trabalhadores rurais, pessoas com contato com produtos químicos, pessoas com a pele ressecada e idosos geralmente possuem grande dificuldade de serem identificadas. Com isso, as operadoras de saúde começaram a causar constrangimento em alguns de seus clientes.
3 – Problemas técnicos
O leitor de impressão digital é um equipamento que requer a instalação de drivers nas máquinas nas quais serão utilizados. No entanto, as operadoras de saúde começaram a ter dificuldades de garantir o correto funcionamento em um número elevado de máquinas, com diferentes configurações nos prestadores. Além disso, muitos prestadores aceitam diferentes planos de saúde e ao realizar a instalação de diferentes leitores no mesmo computador, o número de problemas ficou ainda mais elevado.
Reconhecimento facial
Uma das principais dificuldades da adoção da biometria facial era sua baixa precisão em cenários de variação das fotos, tais como inclinação do rosto, mudança da aparência, iluminação, etc.
Ao longo dos últimos anos, pegando carona nas inúmeras pesquisas na área de deep learning (Inteligência Artificial), a biometria facial teve grandes avanços. A tecnologia atingiu um nível de maturidade que permite sua utilização em diferentes casos de uso, graças aos altos níveis de precisão e velocidade.
A figura abaixo mostra identificações positivas em diferentes cenários, mostrando que a tecnologia atingiu um nível de maturidade que permite sua adoção sem riscos. Obs: essas comparações foram feitas utilizando a tecnologia de reconhecimento facial da HTX Systems. Outras soluções podem apresentar resultados diferentes.
Vantagens
1 – Baixo custo
Enquanto um leitor de impressão digital pode custar mais de R$ 500,00, uma webcam de qualidade pode ser adquirida por menos de R$ 100,00. Ou seja, o custo com equipamentos é 5 vezes menor quando comparado com a biometria por impressão digital.
2 – Maior aceitação
A fotografia faz parte da vida das pessoas há muitos anos e com o uso intensivo de celulares, ela está mais presente ainda. Com isso, o beneficiário do plano de saúde se sente muito mais confortável em tirar uma foto do que colocar o dedo em um leitor de impressão digital.
Além disso, embora a face sofra mudanças ao longo da vida, ela está menos exposta a alterações por fatores externos que possam impactar na assertividade da solução do que a impressão digital. Crianças, adultos e idosos poderão ser identificados sem quaisquer problemas.
3 – Facilidade técnica
A biometria facial não requer a instalação de componentes de terceiros nos computadores. Webcams são reconhecidas por padrão pelos sistemas operacionais. Dessa forma, os custos de suporte e manutenção serão muito menores.
4 – Pronta para o mobile
A biometria facial pode ser integrada de forma simples às aplicações mobile das operadoras de saúde, facilitando o acesso à informação e aumentando a segurança do beneficiário.
Conclusão
Com base no que falamos acima, fica claro que a biometria facial é um excelente caminho a ser seguido pelos planos de saúde quando o assunto é prevenção a fraude de identidades.
Em nosso próximo artigo vamos falar sobre um erro muito comum que abre brechas a fraudes mesmo quando a biometria está presente.