Biometrias comportamentais

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E nosso último post, falamos sobre as características desejadas das biometrias e comentamos que existem três grandes grupos: físico, químico e comportamento.

Hoje iremos comentar sobre o grupo comportamento.

A análise das principais biometrias que compõem cada grupo será feita baseada em cima das características já estudadas anteriormente. Iremos passar de forma superficial por cada grupo, e ao longo dos próximos posts, entraremos em detalhes de cada biometria.

Comportamental

Esse grupo pode ser considerado o mais “complexo” de todos, pois envolve conceitos interessantes e que muitas pessoas nem imaginam que possam ser utilizados para identificação.

Como o próprio nome já diz, nesse grupo se enquadram as biometrias que buscam identificar um indivíduo através de medições de seu comportamento. Os tipos de biometria mais comuns nesse grupo são:

  • Assinatura
  • Digitação
  • Caminhar
  • Movimento dos dedos no celular

Essas biometrias são classificadas como comportamentais pois são medições feitas em uma AÇÃO, ou seja, as informações são extraídas após, ou durante, a execução de um processo (assinar, digitar, andar ou mexer no celular) por um indivíduo.

Assinatura

Dentre os tipos citados, sem dúvida, a assinatura é a mais vista pela sociedade como forma de identificação.  Nossa assinatura está presente em documentos, cheques, contratos e qualquer papel que necessite de uma “garantia” que a pessoa que assinou é realmente a pessoa da qual se espera aquela autorização.

A assinatura tem origem na palavra latina “assignare” que, em sua essência, significa “fazer verdadeiro o que foi dito anteriormente”. A origem da assinatura se perde no tempo e ainda é utilizada como uma das formas de identificação quando se requer segurança.

Apesar de possuir boa parte das características desejadas (universalidade, mensurabilidade e aceitabilidade), a assinatura falha em alguns pontos importantes e fundamentais quando o nível de segurança exigido é alto. Podemos dizer que sua performance e singularidade são ruins, pois várias pessoas podem ter assinaturas parecidas, senão idênticas. Além disso, é facilmente copiável. Fato esse que podemos comprovar com os vários relatos de fraudes relacionados à falsificação de assinaturas.

Digitação

A digitação talvez seja a biometria desse grupo mais difícil de se imaginar pela maioria das pessoas. Existem alguns estudos que mostram que cada pessoa tem um certo ritmo, ordem, e força ao se tocar as teclas do computador para escrever um texto. No entanto, apesar de ser universal, mensurável e até certo ponto aceito pela sociedade, esse tipo de biometria tem os mesmos problemas da assinatura. Possui uma performance ruim, e sua permanência é muito baixa, podendo variar com o humor, estresse e sentimentos de uma pessoa (quem nunca descontou a raiva no teclado do computador?). Por isso, não é confiável para sistemas de grande escala.

Caminhar

O caminhar, apesar de ser pouco conhecido para a sociedade, na forma automática e computadorizada, é bastante inerente ao comportamento humano. Quantas vezes já não reconhecemos uma pessoa de longe apenas pela sua forma de andar? Essa é uma biometria pouco invasiva, o que gera bastante aceitação na sociedade. No entanto, sua permanência está associada a estados emocionais do indivíduo e também às roupas, e ao tipo de piso. Com isso, sua performance é baixa.

Movimento dos dedos no celular

Com uma presença cada vez maior na sociedade, o celular acabou permitindo uma nova forma de biometria comportamental: a forma como interagimos com ele. A análise dos movimentos dos dedos, a frequência e força dos toques na tela se mostraram ser uma forma de biometria. A soma desses dados com a inteligência artificial, permite que uma pessoa possa ser identificada pela forma como mexe no celular.

No entanto, apesar de uma biometria pouco invasiva (você não percebe que está sendo identificado), sofre com os mesmos problemas de outras: posição da mão, estresse e emoções podem afetar sua precisão.

Conclusão

Ou seja, apesar desse grupo possuir biometrias de alta aceitabilidade e boa universalidade, a performance é pouco satisfatória quando lidamos com sistemas de alta segurança. Por isso, a  digitação e o caminhar não possuem futuro como biometria de grande escala. A assinatura continuará presente na sociedade enquanto outras biometrias mais robustas e performáticas não assumirem seu lugar. E com o avanço da inteligência artificial, a forma como interagimos com o celular, pode vir a transformar o conceito de identificação transparente ao usuário.

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